Dra. Caroline Ferreira Cury – Alergista e Imunologista

Testes alérgicos

Qual teste alérgico devo fazer?

A resposta certa é que depende. Depende da história dos seus sintomas, e a pessoa certa para indicar qual teste deve ser feito é o médico alergista e imunologista. 

Os testes alérgicos são realizados para pesquisar a sensibilização alérgica que aquele paciente pode ter a determinados componentes específicos (alérgenos do ar, dos alimentos, entre outros), e essa seleção deve ser feita baseada na história clínica do paciente. Então, nem todo mundo tem indicação de realizar os testes de alergia, isso dependerá da história clínica. 

Sensibilização alérgica é tradicionalmente definida quando a IgE sérica específica (in vitro) para alérgenos é ≥ 0,35kUA/L, ou quando o teste cutâneo de leitura imediata (in vivo) é positivo (diâmetro médio da pápula ≥ 3 mm). Esses testes têm alta sensibilidade, mas sozinhos não significam doença, devendo ser confrontados com a história clínica. 

Teste Cutâneo de leitura imediata (Prick teste)

Teste cutâneo de alergia

Uma das principais ferramentas diagnosticas na alergia, por ser simples, rápido, além de ter um baixo custo e alta sensibilidade. 

Quem pode aplicar o teste?

Deve ser feito por profissional treinado e capacitado, pois erros de técnica e de interpretação podem levar a resultados falso-positivos ou negativos. 

A partir de que idade o prick teste pode ser feito?

Pode ser realizado desde a infância (0 anos), até idades mais avançadas. Não existe contraindicação. 

Como é realizado?

  1. Realizado a limpeza (assepsia) da superfície volar do antebraço.
  2. Aplicação das gotas dos extratos alergênicos a serem testados, na superfície da pele. 
  3. Aplicação dos controles, positivo (histamina) e negativo (solução salina). 
  4. Com agulha estéril ou com lancetas, a pele é perfurada, sem sangramentos, permitindo a passagem dos extratos alergênicos presentes nas gotas até as camadas superficiais da epiderme. 
  5. Um minuto após, o excesso da solução pode ser retirado da pele, através de um algodão ou papel-toalha absorvente.
  6. Deve-se aguardar cerca de 15 – 20minutos para seguir com a leitura do teste. 
  7. A leitura é feita utilizando régua milimetrada. O teste é considerado positivo quando a pápula for maior ou igual a 3 mm. 

Quais os componentes testados nesse teste?

– Aeroalérgenos (ácaros da poeira doméstica, fungos, animais domésticos, baratas, pólens.

– Alimentos 

– Insetos

Existe alguma contraindicação para a realização desse teste?

– Uso de antialérgicos nos últimos 5 dias. 

– Uso de antidepressivo na última semana. 

– Lesão de pele no local do teste;

– Gravidez;

– Asma não controlada; 

– Asma grave;

– Doença cardiovascular instável; 

– Dermografismo; 

Teste de contato: Patch teste

Patch teste de alergia ou teste de contato alérgico

É um teste muito usado para avaliar as alergias de contato, aquelas que apresentam reação tardia (48 horas a 72 horas). Irá auxiliar identificando e confirmando quais os agentes causadores daquela dermatite. 

O teste tenta reproduzir uma reação em miniatura, na pele do paciente, com o alérgeno suspeito. 

É aplicado através de um adesivo, contendo os alérgenos a serem testados, na pele do paciente (geralmente na região dorsal). 

Existem algumas recomendações que devem ser orientadas antes da aplicação do teste como, pausar algumas medicações como corticoides orais e anti-alérgicos. 

Após a aplicação, não pode ser exposto ao sol, deve ter cuidado ao tomar banho pois o adesivo não pode ser molhado e também não deve realizar atividade física para o adesivo não se soltar por conta do suor. 

Após 48 horas o paciente deve retornar até o consultório para ser retirado o adesivo e ser realizada a primeira leitura do exame. O paciente retorna para a casa sem o adesivo. 

Após 72 a 96 horas o paciente retorna novamente até o consultório para a última leitura do teste e relatório final. 

A investigação inicial geralmente se inicia com a bateria padrão (brasileira ou latino-americana) e posteriormente as séries complementares específicas para aquela área do corpo afetada como:

  • Capilar 
  • Unhas
  • Calçados
  • Dental
  • Medicamentos
  • Fragrâncias
  • Alimentos
  • Pediátrica

Teste de provocação Oral

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Esse é o teste padrão-ouro no diagnóstico de alergia alimentar e medicamentosa. 

Como é feito?

O alimento suspeito é ofertado para o paciente, em ambiente controlado e padronizado, com o intuito de confirmar ou excluir uma alergia alimentar. 

Pode ser realizado em qualquer idade, avaliando sempre os riscos e benefícios. 

Quando deve ser feito?

– Quando os resultados do exames de sangue (dosagem de IgE sérica) ou do teste cutâneo não são consistentes com a história do paciente. 

– Para determinar se alérgenos alimentares associados a condições crônicas, como dermatite atópica ou esofagite eosinofílica, causarão reações imediatas. 

– Para avaliar reatividade clínica em pacientes sensibilizados e nos pacientes com dieta restritiva a diversos alimentos. 

– Na avaliação da tolerância a alimentos que apresentam reatividade cruzada. 

Quem não pode fazer esse exame?

– Asma, dermatite atópica e rinite sem controle. 

– Doenças que podem afetar a segurança do exame (angina instável, doença cardíaca ou arritmias, doença pulmonar grave e gravidez). 

– uso de medicamentos que possam interferir na avaliação do teste: anti-histamínicos, corticoide oral, anti-inflamatórios, inibidores da enzima de conversão da angiotensina, Beta-Bloqueadores e antiácidos;

– vigência de infecção aguda, febre, sintomas gripais, ou gastroenterite. 

Como é feito o exame?

– O paciente e/ou responsáveis assinam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 

– É recomendado que o paciente faça um jejum de 4 horas no dia do exame para que o alimento que está sendo testado seja melhor absorvido.

– É um processo longo e demorado. Então, quando for feito em criancas, os pais devem ficar preparados para passar toda a tarde na clínica, pois o paciente permanece em observação por pelo menos duas horas e se houver reação pode ficar em observação por mais 2 a 4 horas. 

Dosagem de IgE sérica

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A dosagem de IgE sérica alérgeno-específica pode ser realizada de diferentes formas e métodos laboratoriais, sem haver interferência do seu resultado com uso de medicações. Até o momento, o sistema mais comumente usado para determinar a IgE específica para alérgenos é o ImmunoCAP (Thermo Fisher Scientific), considerado o padrão ouro para o diagnóstico in vitro de condições alérgicas.

O exame tem boa precisão e reprodutibilidade, apresentando resultados no intervalo de 0,1 – 100 kUA/L. 

Os testes de sensibilização são úteis para identificar pacientes com polissensibilização, definida pela presença de sensibilização a pelo menos duas fontes alergênicas distintas. 

Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov

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